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A ideia criativa, genial, singular, sem precedentes, é rara e privilégio de poucos. Esses poucos empreendedores acabam por mudar o rumo da história com suas criações e invenções.
Exemplos recentes e que impactam a vida da maioria das pessoas são os empreendedores da tecnologia da informação e suas ideias que mudaram a maneira como as pessoas se comportam, relacionam e consomem mídia. Google, Facebook, Twitter, Instagram etc. encaixam-se muito bem nesses casos.
Mas há também empreendedores muito bem sucedidos, que não tiveram ideias únicas, geniais, espetaculares e, mesmo assim, fizeram acontecer.
Esses são a maioria e, caso você não se encaixe no grupo dos privilegiados que têm ideias geniais, pode ser o seu caso daqui algum tempo, quando estiver à frente da própria empresa (se esta for a sua escolha).
Há ainda exemplos de ideias do mundo de tijolo e cimento (e não do mundo digital) que criaram novos mercados. Pense em modelos inovadores como as entregas expressas de produtos, comida (disque pizza, entre outros), itens etc.
E nos restaurantes de comida a quilo, onde a inovação foi a proposta de agilidade e permitir ao cliente pagar apenas pela quantidade que consome.
Outros exemplos históricos de inovação ou invenções com as quais convivemos até os dias de hoje são o vaso sanitário, talheres, travesseiros, a própria cama... Sempre há variações destes produtos para comprar, mas o conceito e a sua função ou finalidade continuam os mesmos.
Por isso, analisar ideias de negócios não é tarefa fácil. Algo que aparentemente pode parecer complexo, impossível de realizar, acaba por se constituir o desafio de um empreendedor que, ao inovar e criar uma solução prática, não só vence esse desafio, como pode transformar sua invenção em uma grande oportunidade de negócio.
Já ideias simples, que são fáceis de copiar, não deixam de ser oportunidades de negócios, desde que o empreendedor consiga colocar no mercado uma solução com algum diferencial competitivo em relação aos demais concorrentes (que provavelmente serão muitos), tais como maior rapidez/agilidade, melhor qualidade, design mais bonito etc.
E ainda, cabe a questão do preço mais barato, dependendo da estratégia que você quer adotar e do valor que será percebido pelo cliente. Mas nem sempre o mais barato será o vencedor. Há clientes que querem o simples e estão dispostos a pagar caro, desde que obtenham outros diferenciais, como a exclusividade, por exemplo.
Há várias maneiras que você pode utilizar para ter ideias, desde o desenvolvimento da dinâmica do brainstorming (atividade geralmente desenvolvida em grupos para estimular a resolução de um problema, estimulando que todos tenham ideias), o estímulo à criatividade, pesquisas na internet etc.
Mas uma atividade que você pode desenvolver no seu dia a dia e que, com certeza, lhe trará várias ideias, é a prática da curiosidade. Ao praticar a curiosidade em todo e qualquer ambiente onde estiver, você começa a se abrir para mais e mais ideias.
Começa a prestar atenção aos problemas do cotidiano, entender como as pessoas resolvem tais problemas hoje e se perguntar "Não há uma maneira melhor de ser fazer isso?".
Após elencar várias ideias e selecionar aquela que lhe parece mais interessante, você precisa então responder a outras questões: será que a ideia pode dar certo? Será que eu consigo ter um produto que resolva o problema identificado?
Será que as pessoas (ou o cliente que defini) vão comprar? Ou seja, são muitas as questões e as respostas nem sempre são fáceis de obter. A análise estruturada de uma ideia para transformá-la em uma oportunidade existe para facilitar esta decisão.
Em síntese, as metodologias de avaliação de ideias e oportunidades de negócios tratam de avaliar se há um mercado potencial para o que você quer vender. Nas próximas colunas trataremos de algumas delas e você poderá usá-las para saber se sua ideia vale ou não um negócio.
Esta coluna foi escrita com base no livro Empreendedorismo para visionários.
José Dornelas
Fonte: Uol Economia